terça-feira, 13 de abril de 2010

Atmosfera em Perigo



Não podemos viver sem ar. O ar puro se constitui de 78 por cento de nitrogênio, 21 por cento de oxigênio e 1 por cento dividido entre o argônio, o vapor d’água e o bióxido de carbono. Manter o equilíbrio envolve o uso e a renovação destes gases pela vida vegetal, do solo, animal e humana.

Um exemplo dramático deste maravilhoso entrelaçamento da vida no ar, no solo, e a vida vegetal, animal e humana é visto no ciclo do nitrogênio. Todas as plantas e criaturas carnais exigem o nitrogênio qual alimento, mas este não pode ser assimilado em seu estado natural. No entanto, as bactérias do solo, que fixam o nitrogênio, captam este gás do ar de modo maravilhosamente eficaz, transformando-o em alimento vegetal. Por sua vez, os animais e os humanos nutrem-se das plantas. Quando estas morrem, outras bactérias se apresentam para decompor as plantas e a carne mortas. O resultado é a amônia.

Os passos restantes para completar o ciclo são dados por dois distintos grupos de bactérias. O primeiro transforma a amônia em nitratos e o outro libera o nitrogênio livre na atmosfera. Similar influência recíproca entre a vida vegetal e o ar é visto na forma em que as plantas assimilam o bióxido de carbono por meio de suas folhas e liberam o oxigênio. Deixar de interferir em tal sistema de excelente equilíbrio pode assegurar-nos duradoura reserva de ar puro e saudável.

Ao invés de lidar bondosamente com seu ambiente atmosférico, o homem o tem usado como lixeira. Desde que começou a chamada era industrial, lança centenas de milhões de toneladas de poluidores no ar, pensando que as correntes de ar os transportariam para o espaço infinito. Nenhuma consideração foi dada ao que o amanhã traria, todavia, aconteceu como notável escritor uma vez disse: “Mais cedo ou mais tarde, todo o mundo participa dum banquete de conseqüências.”

Parece que os humanos agora participam desse “banquete”. A revista Time, de 2 de fevereiro de 1970, declarou: “O que a maioria dos estadunidenses respiram agora é mais sujeira ambiental do que ar.” O Star Weekly de Toronto, Canadá, de 11 de abril de 1970, chamou-o de “Ar Exaurido”. Os carros, segundo se diz, são os principais ofensores, causando cerca de 60 por cento de toda poluição nas cidades norte-americanas. No entanto, um avião a jato lança poluidores equivalentes ao emitido por mil carros! A indústria dos EUA vomita no ar 172 milhões de toneladas de fumaça e gases cada ano. Quando a “sujeira ambiental” de Nova Iorque foi recentemente medida, verificou-se que uma pessoa naquela cidade respira diariamente a mesma quantidade de gases venenosos do que se fumasse trinta e oito cigarros por dia!

Em 1968, um destacado meteorologista, Morris Neiburger, mostrou quão crítica era a situação, afirmando:

“Torna-se claro que à medida que aumenta a quantidade de poluição . . . atingir-se-á um estágio em que os processos de purificação da atmosfera não mais serão adequados para purificar o ar antes que atinja ou volte às fontes em que recebe adicional poluição. . . . Ao passar o tempo, a quantidade de poluição em todo o mundo aumentará então. Eventualmente, a concentração de substâncias tóxicas atingirá e excederá as concentrações letais e a vida na terra desaparecerá.”

Com o aparecimento de unidades urbanas bem grandes e rodovias cada vez mais largas para servir a cada vez mais carros, o arranjo equilibrado entre as plantas, o ar e o solo sofre perigosa interferência. Calcula-se que mais de 400.000 hectares de terra são adicionados cada ano aos mais de 24 milhões de hectares nos EUA que já não mais produzem plantas e árvores, devido às rodovias e à urbanização geral. Nota-se agora que os ciclos do oxigênio e do nitrogênio não mais funcionam efetivamente. A atmosfera se torna sobrecarregada de gases venenosos, tais como o monóxido e o bióxido de carbono, além dos óxidos de nitrogênio (que provocam a irritação e a infecção dos olhos). Os pesticidas devastaram as vitais bactérias do solo e os insetos úteis às plantas, além de contribuírem para a poluição atmosférica em geral.

Não é de admirar que a revista Life, de 3 de janeiro de 1970, declarasse: “Os cientistas dispõem de sólida evidência experimental e teórica para apoiar . . . predições” tais como: “Numa década, os citadinos terão que usar máscaras contra gases para sobreviver à poluição atmosférica”, e “o avolumante bióxido de carbono na atmosfera influirá na temperatura da terra, levando às enchentes em massa ou a nova era glacial.”

Acha que seria sábio que a humanidade poupasse os recursos atmosféricos rapidamente decrescentes, assim como os astronautas fizeram, quando falharam alguns de seus sistemas vitais?

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