sexta-feira, 16 de abril de 2010

Destruição mundial: muitas causas

Ao longo da costa do Pacífico, na América Central, 95% dos corais morreram em 1983. Embranqueamento similar, porém menos destrutivo, ocorreu no mesmo período no Pacífico central e ocidental. Grave embranqueamento atingiu o Recife da Grande Barreira, da Austrália, e áreas dos oceanos Pacífico e Índico. A Tailândia, a Indonésia e as Ilhas Galápagos também informaram danos. Depois disso, ocorreram grandes embranqueamentos perto das Bahamas, da Colômbia, da Jamaica, de Porto Rico, bem como do sul do Texas e da Flórida, nos Estados Unidos.

Surgia assim um padrão mundial de destruição de bancos de corais. A revista Natural History observou: “Durante o período relativamente curto em que os ecossistemas vêm sendo estudados, nunca se viu um embranqueamento em escala tão acentuada como a recente. Peter Glynn, biólogo na Universidade de Miami, examinou corais de 400 anos, no Pacífico oriental, onde o embranqueamento tem sido grave, e não encontrou nenhuma evidência de desastres similares no passado. O grave embranqueamento indica que o aquecimento geral, nos anos 80, pode ter tido um efeito drástico sobre os bancos de corais e pode prever o futuro dos recifes, caso o efeito estufa eleve ainda mais as temperaturas. Infelizmente, o aquecimento global e a deterioração ambiental quase com certeza vão continuar e se intensificarão, aumentando a freqüência dos ciclos mundiais de embranqueamento.”

A revista U.S.News & World Report apontou outra causa possível: “O afinamento da camada de ozônio, que protege criaturas vivas dos danos da radiação ultravioleta, pode também ter alguma responsabilidade pelo desaparecimento recente de recifes.”

Nas regiões costeiras, onde vive mais da metade da população mundial, a irresponsabilidade humana tem estressado muito os bancos de corais. Um estudo do World Conservation Union e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente descobriu que as pessoas haviam danificado, ou destruído, quantidades significativas de recifes em 93 países. Muitas áreas em desenvolvimento lançam seus esgotos não-tratados diretamente no oceano, poluindo-o.

Mangues, que sobrevivem em água salgada e filtram impurezas, são cortados para madeira e combustível. Recifes são esfacelados e processados para a fabricação de materiais de construção. No Sri Lanka e na Índia, seções inteiras de recifes foram moídas e transformadas em cimento. Navios, grandes e pequenos, lançam âncoras nos recifes ou esbarram neles, esfacelando-os.

A revista National Geographic contou o que acontece no Parque Estadual de Recifes de Coral John Pennekamp, na Flórida: “Os seus barcos poluem a água e tudo o mais nela com produtos de petróleo e esgoto. Operadores incompetentes esbarram nos recifes. Sujam o mar com copos de isopor, latas de alumínio, vidro, sacos plásticos e milhares de quilômetros de um emaranhado de linhas de pesca. Esse lixo não desaparece: é praticamente indestrutível.”

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