sexta-feira, 16 de abril de 2010

O custo da mudança

Os líderes políticos estão ansiosos por projetar uma imagem de protetores do meio ambiente. No entanto, também visam interesses econômicos. Visto que, de acordo com a revista The Economist, 90% do mundo depende da energia produzida por combustíveis à base de carbono, substituí-los por outra fonte de energia traria grandes mudanças; e o custo da mudança é debatido com furor.

Qual seria o custo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa até o ano 2010 para 10% a menos do que era em 1990? A resposta depende de a quem se pergunta. Considere os conceitos nos Estados Unidos, o país que lança mais desses gases na atmosfera do que qualquer outro. Os grupos de pesquisa das indústrias avisam que tal redução custaria à economia dos Estados Unidos bilhões de dólares anuais e tiraria o emprego de 600.000 pessoas. Já os ambientalistas dizem que alcançar o mesmo alvo poderia significar uma economia de bilhões de dólares anuais e gerar 773.000 novos empregos.

Apesar dos alertas de grupos ambientalistas para que se tome uma ação imediata, existem indústrias poderosas — montadoras de automóveis, companhias de petróleo, e produtores de carvão para mencionar apenas alguns — que utilizam vultosas quantias e influência para minimizar a gravidade da ameaça do aquecimento global e para exagerar o impacto econômico de se deixar de usar os combustíveis fósseis.

O debate prossegue. Se, no entanto, o homem está alterando o clima e não faz nada a respeito além de conversar, o adágio de que todos reclamam do tempo, mas ninguém faz nada, pode significar o prenúncio de uma catástrofe real.

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