terça-feira, 6 de abril de 2010

Problemas do Conhecimento Parcial

Contudo, apesar de todos os promissores novos métodos e avanços, a previsão de terremotos ainda está muito longe da previsão do tempo. “Minha opinião pessoal é que levará pelo menos 10 anos até que as predições possam ser feitas com suficiente segurança e solidez de modo a serem de grande utilidade ao público”, diz Clarence Allen, geólogo dos Estados Unidos. Com riscos tão altos em matéria de desastre, tais como terremotos, muitos cientistas sentem-se alarmados com a responsabilidade que lhes é imposta e com a condição imperfeita de sua especialidade.

Alguns desses cientistas temem que algum dia “olharão um painel de instrumentos de medição e sua experiência e intuição lhes dirá que um grande terremoto pode estar iminente. Mas não soarão qualquer aviso que poderia salvar milhares de vidas”, observa The New York Times. Por que não? “Eles não terão suficiente confiança na evidência diante deles para justificar a predição de um terremoto para uma nação onde uma falsa predição lhes custaria desprezo profissional, opróbrio público e possivelmente centenas de ações judiciais.”

Os prognosticadores de terremotos estão num beco sem saída. Se não ocorrer o tremor predito, o falso alarma poderia minar a confiança pública e fazer com que um posterior aviso seja tragicamente desconsiderado. Os valores dos imóveis poderiam ser depreciados e os latifundiários poderiam até mesmo processar os cientistas. Por outro lado, se se omitir uma predição e ocorrer um terremoto, as vítimas e suas famílias poderiam promover ação devido a negligência.

O problema em questão vai além do conhecimento imperfeito do homem sobre terremotos. É o problema básico de prioridades numa sociedade gananciosa que amiúde parece voluntariamente arriscar vidas em vez de a economia da região.

Nenhum comentário: